DOMINGO DE RAMOS - FESTA DO FOLAR
DOMINGO DE RAMOS – FESTA DO FOLAR
(Tentativa para explicar a tradição do Folar Transmontano)
A palavra “Folar” tem a sua origem na retribuição que o Padrinho dá, ao Afilhado, na Páscoa. Tradicionalmente o ritual do Folar iniciava-se quando o Afilhado levava o "Ramo" (folha de palmeira enfeitada) à "Missa de Domingo de Ramos" para aí ser benzido. Depois, no Domingo de Páscoa, o Afilhado entregava o “Ramo” ao Padrinho com a saudação: -"Dê-me a sua bênção, meu Padrinho". Este estendia a mão para ser beijada e respondia: -"Deus te abençoe"; e fazia a entrega do Folar, (tanto podia ser em dinheiro como em pão pascal). Com o passar do tempo, o pão pascal passou a ser designado, apenas, por Folar.
Como pão pascal, existem dois os tipos de Folar: o “tradicional” (em todo o país) e o “transmontano” (só em Trás-os-Montes). Apesar de ambos serem feitos com base numa massa lêveda de farinha, ovos e gordura, são bastante diferentes.


O folar transmontano pertence à família das bolas, por ser recheado com carne de porco (marrã).
Apesar do Folar ser um pão cerimonial da Páscoa, tal como o “pão ázimo” da “Última Ceia”, são, no entanto, muito diferentes.

Ora acontece que a Páscoa cristã é uma festa de alegria para comemorar a ressurreição de Jesus Cristo e, por isso, o seu pão pascal, o Folar, não pode ter origem no pão ázimo.

Mas é sabe-se que os judeus celebram o “Shabat”, dia de festa (por uma semana de trabalho), com um pão em forma de trança, feito de massa idêntica ao Folar (massa lêveda para simbolizar a abundância), a que dão o nome de “Shallah”.
Como o “”Shallah” é anterior ao Folar é possível encontrar nele a origem do Folar “tradicional”.
Quanto à origem do Folar transmontano poderemos, também, encontra-la no “Shallah”, mas, neste caso, a inter penetração das culturas foi mais significativa.

Hoje, o Folar está a ser reduzido a emblema da gastronomia transmontana e Valpaços assume-se como Capital do Folar, no Domingo de Ramos. Contudo, em Lisboa, já há pastelarias que o vendem durante todo o ano!
Até quando o Folar, ainda, vai ser recordado como uma relação Padrinho – Afilhado?
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